O PUMAP surgiu para mim no meu primeiro ano da faculdade e na altura eu e uma colega estávamos muito interessados em nos inscrever. No entanto, por razões académicas foi-me totalmente impossível pensar nisso. A minha colega inscreveu-se mas não passou das primeiras fases de recrutamento, pelo que o programa continuou a ser uma incógnita para mim. Desde essa altura que tinha o desejo secreto de fazer parte deste programa e de descobrir mais acerca do PUMAP.
O desejo voltou quando terminei o meu programa Erasmus em Estocolmo, na Suécia, e me deparei com um cenário muito próximo: estava prestes a terminar a minha licenciatura, com 21 anos, não me sentia preparado para ir trabalhar, e tinha gostado tanto da minha experiência internacional que queria voltar a sair do país mas desta vez para um local diferente. Além disso conhecia várias pessoas que tinham feito voluntariado e me diziam sempre que era algo bastante enriquecedor e que achavam que tinha muito a ver comigo. Quando chegou Setembro e regressei às aulas, tinha algum tempo livre, já que só estava inscrito a 3 cadeiras, e resolvi tentar. Ao longo de todo o processo de recrutamento, e já com as primeiras reuniões, fui-me apercebendo cada vez melhor do que era a realidade do programa, mas sempre com muitas dúvidas do que seria na prática.
Desde início que o grupo se reuniu com bastante frequência, tivemos fins-de-semana todos juntos que correram extremamente bem, fizemos jantares com a presença dos antigos membros, com a direcção da AHEAD, e tudo isso ajudou a que aos poucos nos fossemos conhecendo melhor.
A angariação de fundos é uma parte ingrata do projecto, mas essencial. Com isto os financiamentos alternativos e as discussões (saudáveis) que se geravam entre todo o grupo sem excepção, todos com vontade de participar e dar a sua opinião. A experiência no Bairro da Boavista é talvez já uma amostra do que vamos encontrar em Moçambique. Os miúdos são muitos, difíceis, cheios de energia, e nós, os explicadores, temos de saber dividir as nossas emoções, já que, mesmo que o dia nos esteja a correr mal, ao final da tarde temos de estar prontos para eles pois eles estão a contar connosco.
Em Moçambique espero encontrar um ambiente muito particular no seio do grupo. Durante 2 meses vamos ficar todos juntos numa casa e será essencial sabermos dirimir da melhor forma quaisquer conflitos que possam surgir. Espero encontrar também uma realidade social totalmente diferente da nossa – afinal de contas estamos a falar do continente africano – e conseguir lidar da melhor maneira com os desafios que advierem. Uma vez que vou dar o módulo de finanças, espero sinceramente conseguir ser claro nas ideias que quero transmitir e desta forma, ser o mais útil possível aos que acreditam no PUMAP e depositam confiança nas nossas capacidades.
Finalmente um post para eu comentar!
ResponderEliminarDiogo, es um homem de coragem! Obrigada pelo teu depoimento. Soube mesmo bem le-lo, ainda que esteja tao longe de todos voces (so fisicamente).
Quero deixar-vos um beijinho de saudade e votos de bom trabalho. Estou a torcer por voces e para o sucesso das vossas actividade... Ponham mais actualizacoes no blogue, por favor :)
Beijinhos
Mariana (AHEAD)